terça-feira, 29 de maio de 2012

Enfim juntos


Sabe o amor platônico?
Ele morre
Sabe aquela energia, o calor de um beijo?
Ela chega e me faz a pessoa mais feliz do mundo
Sabe aquela sensação de ser tomada nos braços
Pelo homem da sua vida?
Ele vem e me dá forças
Dá cor aos meus sorrisos
Evapora as minhas lágrimas
Sim. Ele é meu pupilo enfim
Sabe aquela vontade de morrer pra dar vida a ele?
Não
Quero gritar ,quero amar-te como ninguém te amou
Enfim minhas poesias podem ter um mínimo de nível erótico
Sabe meu pupilo com cara de santo?
Sabe aquele momento que me encheu de beijos e é meu?
Sabe o que é apagar as poesias do coração e ser feliz?
Sabe o que se entalar novamente na faculdade não desejada?
Não. Vou seguir meu sonho
Porque sou eu mesma
Vou amar esse beato, esse fanático
Esse cafona
Esse arguto
Esse lunático
Religioso seja lá o que for
O resto da vida
Hoje é o dia que não sei mais escrever sobre dor
Meu matuto é meu
Ele sempre foi
Perdoem os poetas sofredores
Uso o eu
Sou personagem
Sou narradora
Sou autora
Posso amar e ser amada
Posso ser a mais burra
A pior poesia que eu escrevi na vida
Não poderia ser resumida
A Amo-te somente
Isolados somente pelo passado
Agora estás nos meus braços
O perfume de homem
O rosto colado no meu
Barba por fazer
E assim eu vou amando
Matando mágoas e seguindo a minha vida

Retalhos das minhas fotografias


Correndo em meio ao incêndio do meu coração
Viajo noites a fio acordada esperando perdão
Perdão por todos os lados são negados
Toda minha imaginação teve as asas cortadas
Golpes de vermes
Dança de sabiás
Punhaladas de amigos
Uma banda de rock
Uma remeça de músicas que andei escrevendo
Terminaram na lixeira do lado meu computador
Tem neve no meu deserto
Tem fogo em meio a neve
Tem sangue na areia
Tem uma cobra no sonho quebrando meus ossos
Agora dou as cartas na mesa
Dou asas a uma imaginação morta
Tenho cabelos curtos no Brasil
Me leve pra Europa
Me amarre na Irlanda
Me afogue na Alemanha
Queria ficar perdida em Portugal
Perdão se não sou patriota
Estou amarrada a fios de telefone
Vou voar e quero um microfone
Corte as asas dos meus passarinhos
Corte os pelos dos meus cães
Não dê comida aos pombos da minha cidade
Moro num lugar tão fétido
Queria um sarau
E mordi a isca da pessoa errada
Tenho vertigens
Mesmo sem tomar comprimidos
Morro enclausurada em casa
E mesmo vou e não morro com mortais
Redundante novamente
Ouço vozes dentro de mim
Mordo os lábios
De dor de medo de seja lá o que for
Eu estou tão sozinha
Sinto falta de um abraço
Mesmo que mentiroso
Quero só ruminar o passado
Dou as mãos ao vento
As sombras
Aos esqueletos
Aos vampiros
A escritores mortos
E assim vou desaprendendo a andar
A rezar
A comer
A pieguice aumenta a cada segundo
Quero sentir o sabor da morte
Quero ameaçar a sociedade
Sou sozinha pra isso
Não nasci pra viver aqui
Deus deve realmente ter senso de humor
Enquanto parece que quero pressioná-lo
Fazer pirraça
ELE tem senso de humor
Tão superior
Que não sei explicar
Quanto tempo gastei teimando com ELE?
Desabafo contra desabafo
Solidão contra solidão
E a cada dia não aprendo mais nada
A minha ignorância
Nada se resume a essência do amor
Pobres dos humanos que amam
E não são amor
Queria ser Chico Buarque
Tem História na veia
Conhecimento invejável
E eu só vou nadando nas miragens
Dando murros em muros de silêncio
E esperando alguém que leia o que escrevo