quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia sem sombra

Gostaria de saber o nome da aquarela de tons de cinza
Que povoam as minhas lágrimas e o meu silêncio
Por onde anda o narcisismo dos últimos meses?
Por onde anda o amor?
Por onde passou a água da minha piscina?
Dias só
Dias introvertidos
Nada humano
Apenas o mundo parece parar de girar por vários séculos
E o senso de humor da vida e do tempo
Parecem me irritar deveras
O senso de humor que tem as lágrimas que se esvaem de mim
O magnetismo de um canção jamais inalada
A vida que te vira o rumo
A falta de humanos à sua volta
O senso de humor da solidão parece me fascinar
O senso de brincadeira
A moral do tempo
A amargura das músicas que antes pareciam tão felizes
Do senso de humor que as novelas não me sorriem
Do sol entalado na minha alma
Da viela do tempo
Do rumo do vento
Das desaventuras dos raios de não dançarem
Dos violões que me serviriam de roupa
Das palavras medíocres da minha mãe
Da vida que insiste em rir de mim
Das lágrimas solitárias que destronam sorrisos
A falta de lágrimas e sinceridade nas minhas pegadas
Introversão é tão amiga
A solidão parece mandar lembranças constantemente
As sombra do arco íris ainda está na minha cama
Este seria apenas mais um dia
E não foi
É apenas mais um dia sem sombra