Aquilo que os poetas ousaram chamar amor
Tornou-se névoa e sangue
Aquilo que parecia impossível descrever
Virou poesia
Virou poema
Virou tormento
O sonho mais modesto
Virou capitalismo
O sorriso mais bonito
Um presente cálido
Entrego-te meus sorrisos
Dou a vida um motivo torpe
Dou ao mundo um lugar ocupado
Dou ao amor o meu desprezo
Então veio o amor vestido de ouro
Recheado com pura eloquência
Aquilo que costumam chamar de amor
O capitalismo chamou de devaneio
Dou rosas
Apenas rosas
Pois as balas perdidas pediram desunião
Mataram os poetas
Enterraram a poesia
E só fazem meros poemas
Morrer de amor?
Perdoe-me
Os clichês pediram
Vou calar-me