terça-feira, 3 de abril de 2012

Prisão


Escrever é materializar sentimentos
Aprender a viver fingindo ser feliz
É sorrir sem demonstrar felicidade
Chorar por dentro
Arder e gelar por fora
Calar o que abate
A hora mais sombria
A vontade de chorar e não ter lágrima
Esquivar a solidão
Tudo isso é pura mentira!
Amores mal resolvidos dão nisso
Um abraço poderia resolver
Ou um olhar quem sabe
Amar é não se viciar
É o morrer sem adormecer
Acordar e o galgar
Falar e calar
Aprendi que dicionários mentem
Palavras machucam
E atitudes sangram as feridas
Coloquei um espantalho no coração
Estou voltando para onde eu pertenço
Finquei minhas raízes novamente
Das profundezas do orgulho
Estou voltando
Desta vez ao poço da humildade
Saindo da prisão do amor
Entro para as grades do desejo
Saio da névoa fresca
Adentro uma tempestade de piedade
Estou apenas observando o mundo
De como seria sem mim
Um sepulcro
Talvez.

Reflexão vazia.

Foi tão triste ver no meu olhar
Olhando pro reflexo de um barril
Tão lúgubre
Distante e insatisfatório
Pobre alegria que se esvaiu de mim
O amor está lutando no meu âmago para florescer
Todos os dias eu tento arrancar raízes
Apenas por segundos
São como flores brotando no epitáfio de um túmulo
Eu te amo
São apenas três palavras
Sete letras
Com apenas dois significados
Beijo de Judas ou o verdadeiro amor
Não aprenderam ainda o que é amor
Saem falando dele
É assunto de jovens, novelas e filmes
Mas não o vivenciam verazmente
O que é amor?
Algo que dói? Ou seria algo vivido por um quebra cabeça?
Amor não é fogo
Fogo é a paixão
Amor é paz
Resiste ao tempo
Não há nada que traduza
Não defina-o
Apenas sinta!
Me peguei hoje pensando nele
Procurei algo para ocupar o vagar da mente
Achei um punhal de duas faces distintas
Amor e dor
Não escolho coisa alguma
Só preciso ser feliz
Face plácida
Vou nadar até as veredas da paz
Não! nada de idealismo
Coisas pequenas
Tomar banho de chuva
Plantar feijão no algodão!
Simples que são esquecidas e enterradas
Não preciso de carro se tenho meus sonhos
Viajo pela cerne do meu coração
Matuta? Eu sou!
Caminhando eu vou
Caçando os fantasmas dentro de mim.