domingo, 24 de fevereiro de 2013

Limites

Palavras não poderiam ser o limite de um grande amor
Cinzas, vento,sopro
A maré baixa parece insistir na direção oposta
O coração teimoso
Bate sem seguir o ritmo macabro da vida
A morte não é o limite.
A vida é limite
O tempo é vazio
Nada daquilo que contaram é idôneo
Nenhuma palavra dita salvará corações enterrados
A vida que disseram que o meu amor tinha
Não era limite
A gota de veneno e a golfada de dor
Não haveria de ser limite
Quantas lágrimas que o tempo ousa em roubar-me?
A roda que leva a vida 
Que faz do canto magia
Que faz da guitarra uma dádiva
Não ousaram ser limite
Ter os pés enterrados na lua
O coração fugindo 
Feridas regadas com gotas de lágrimas
Gelo e fogo saindo em cada passo rumo à eternidade
Versos soltos e inenarráveis que traduzem o poeta
Não são limites
Fronteiras
Ou quaisquer opções
São apenas as últimas palavras
São últimos sussurros
Letras,páginas e contos
Jamais narrados 
Jamais ousados
Escondidos no peito de um mero transeunte
De quantas maneiras as palavras tempo e limite ousam brincar?
De quais formas poderia a mortalidade ser limite?
É por isso que a vida termina em reticências 
Reticências que são como pontos de interrogação
Vais perguntar a tua origem?
Deveras.
Somos apenas servos e fantoches dos limites.