segunda-feira, 25 de junho de 2012

Escárnio com gotas de sinceridade.


Com as mãos sob a areia
Procurei arfante meu reflexo no mar
Provei do dissabor das sensações imaturas
Brincando com as baquetas da bateria
Jamais saberia descrever meus pleonasmos
Conversava com uma estrela
Inútil.
Eu li nela todos os momentos da minha jornada
Escrevendo relatos, coloquei um espelho na minha frente
Caso eu minta ao escrever
Ele não reflete minha face
Vice versa
Sabe o grande estorvo?
Ser perspicaz a ponto de enganar a mim mesma
Meus dedos escabrosos que hão de escrever
A dança da mentira com a metonímia
A dança da paixão absurda com a metáfora
E simplesmente a metáfora trai qualquer pensamento
De qualquer amante
Aspirante a um colo
A um carinho
Mas ele é mentiroso
Mesmo estando na frente dele
Mais uma das conversas
Poderia ter colocado um nome mais bonito
A cada uma delas
Pararia a minha vida
Pra por nome nas estrelas
E mudar as sensações para apelidos sarcásticos
Não queria que o silêncio me deixasse
Sou um ser tão compacto
Que apenas refletem palavras
E na maioria desconexas
Vou jogar dados com o além
Sem filtrar ninguém
Atire uma pedra num recém nascido
Isso é se você amou e não foi correspondido
Escrever não é talento
É um desvario da alma
Um desvio dos olhos
Uma loucura sem explicação
Pare. Reflita tudo que você pensa.
Ficarás louco transferindo pensamentos
Ao papel
Nada.
Nada nesse planeta é sensato.
Só temos labaredas de gotas em cada sensação
Todos por aí andam fantasiados de reflexões
Afundados de equívocos
Nada que a filosofia barata não possa explicar.
Eu tenho medo de seres que vivem de axiomas
Que vivem de postulados
E que vivem meramente colocando vírgulas
E porquês inexistentes.