quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Frestas nos olhares

Entrei no deserto
Nele só nasciam sorrisos de borracha
Ursos de prateleira
Sorrisos de brincadeira
Amor vil
Jogou-me na luz
No tempo
A virtude do destino
Era só amor
Porém se tornou demasiada atração
Não direi mais não
Sorrisos pouco sorridentes
Dentes amarelos
Cabelos na cintura
Um príncipe sem cavalo
Princesa sem castelo
Tenho um coração carregado de pleonasmos
Sorrisos feitos de sordidez
Lábios com sabor intenso de volúpia
Mãos macias que se comparam a dança do vento
Componho músicas
E ganho clichês de presente do meu namorado
Embrulhados de carícias e conquistas
Não é necessário um manual para amar
Ele tem a guitarra
Tenho a voz
Ele é vestido de clichês
Meus sonhos poderiam ser também
Nos encantos do mar
As ondas como cenário
Os olhos castanhos com cor de amor
As cores do amor
São metódicas
Fui destruída pelo amor
De forma boa
Papável
E deveras redundante
A sociedade de poetas mortos me sorriram
Ou não
Ele tem lábios inocentes
Olhares feitos de ironia e sarcasmo
O piano dele exala gratidão
E o meu coração permanecerá agasalhado
Com o tecido da minha roupa nova
O rumo da vida
Atraio com orgulho
E mais.
Só. amor.
Frestas nos olhares