terça-feira, 2 de outubro de 2012

Canetas inimigas de papéis


A brisa acalentou o derradeiro beijo
As folhas do outono levaram seu perfume
Junto dos meus dias
Junto da minha face enrubescida de tormento e lágrima
As batidas das lágrimas
Oh! Pérfida vida de desvarios e sem consequências.
Malditos espelhos de duas personalidades que jamais serão amigas
Se porventura ler um coração árido de saudades
Conte-me seus relatos
Lábios que amam e pedem ao desespero
A um único encontro
A saudade
És o perfume que exala das batidas do meu coração ardente
Tens a única nota da melodia no jorrar de lágrimas perfeitas
Lágrimas com sabor de tempo
Lágrimas com sabor de fruta madura
Abraça-me como se eu fosse tua única guitarra
Que tu sejas o adjetivo mais bonito dos meus murmúrios de amor
Aos devaneios
Peço-lhes que não me abandonem
Teus beijos , meu amado,exalam a mais doce melodia
Ao som do coração
Ao som do jato de sangue pulsante em teu peito
Assim viverei
Assim hei de morrer
Uma morte não morrida
Nem mesmo que seja descabida
Hei de morrer em teus braços
Morrer ao som da guitarra
Viver aos sons agressivos de beijos tão sôfregos
Capazes de matar algum mortal
Brilha a mulher
Brilha um momento singular
A história que esqueceram de nos contar
A nossa narrativa poética que os velhos hão de molestar
Aos amantes sofridos
Ao véu que encobre a brisa e as estrelas
Um simples abraço
Canetas inimigas de papéis
Um sopro de tempo
Assaz