sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Uma saudação ao tempo


Uma saudação ao tempo
E as cartas enviadas
Um pouco das sombras de um coração
De presente no esboço do papel
Com perfume de lágrimas sofridas
Com a dança dos dias matutos
Pretendo ser a única lágrima a jorrar dos olhos amados
Gostaria de ser o sangue que mancha a espada
A marca de desejo
Marca clássica dos sonoros beijos
Quero e posso ser o único acorde dos seus dias
O pó de mármore que há de limpar o dia fúnebre
O odor do sol
O vento a luz
O mundo a volta
A ostentação da volúpia
Quero ser a carne que sangra de encontro a corpos sôfregos
Seguro buquês de rosa
Seguro e levo o peso do fardo da sociedade
Levo um ramalhete de flores em meio a correntes do século
Que as borboletas hão de fitar
Larvas a comer carne podre
Beijos que durarão ao longo da eternidade
Plagiar seus passos
Mordes sons e estatísticas tal qual o chilrear dos pássaros
Morrer de amar
E amar morrendo
Ser a sombra
O plágio de lágrimas com som de mar
E há tempos que a poesia virado às avessas
Uma saudação ao tempo
Dar braços e sons piegas a realidade
Por corregos de areia
Os lamentos de mortais que hão de ficar
De dias mortos pelos homens
Com correntes de mortes
Com todo
Com o prelúdio da dor
Da alma
Dias que morrem
Costumes de vida
Sons da humanidade
Só pretendo ser o dó
Ser parte
Ser batidas pequenas
Às portas
Aos enfins dos momentos
Que hão de estugar lágrimas perversas.
Há de ficar a primeira e a última estrela
Que um dia fitávamos ao som do nosso amor