terça-feira, 4 de março de 2014

As inversões sintáticas que as palavras de amor supostamente duradouros fazem deveriam me deixar melhor.Porém, insistem em me pregar peças e matar o meu sentimento com o decorrer dos dias. Papéis deveriam servir de consolo ou então serem utilizados para secar minhas lágrimas.A música foi feita para dar felicidade.No entanto, fomenta minhas lágrimas e me faz infeliz a cada dia. Cada segundo, surge dentro de mim um caos, um insulto à vida humana: a vontade do suicídio.Talvez os suicidas apenas queiram matar a dor, para tal seria necessário levar o corpo inerte dentro de um caixão. Dentro do meu peito há uma massa disforme que bate de tempos e tempos.De tanto pisada, essa massa se molda de acordo com a ocasião.O amor maltratou tanto a minha alma que o reflexo disso foi direto na minha face encovada. Adquiri feições cadavéricas que nem ao menos esboçaram sorrisos por estarem mortas. Tem pássaros mortos nos meus sonhos, corvos que gritam aos meus sentimentos.Eu tenho um caos intenso nos meus ouvidos e costumo proferir monólogos aturdidos.Queria estar no topo do mundo, no topo das montanhas.Ser o centro.Talvez, eu quisesse tomar o lugar de Deus.No começo, nos primórdios do mundo não deu muito certo.Sendo assim,prometo nos meus monólogos que não ousarei fazer isso.Construir uma bolha de sabão,preparar o terreno da minha massa disforme para sofrer mais um dia.Dar infinitivos ao passado.Tentar o expresso presente futuro.