quinta-feira, 14 de junho de 2012

Aos transeuntes de poetas.


Às rosas que sangram no deserto
Aos espelhos que refletem cortinas
Aos cacos de prisma que envergam frutas
A mim que dou nó nos lábios
Aos epitáfios sem cravos de nome
Aos pacotes de fluidos de energia
Ao sabor do fragmento de nuvem doce
Aos mortos que não conheço
Canto mesmo
Escrevo e mordo minhas unhas
Ateio fogo em papéis de poesia
Faço esboços e resumos
Do que seria a minha história policial
O cheiro da luz que flutua com as nuvens
E os pássaros que cantam à noite
O vento que me faz dançar
O beijo que me faz nadar
Nada nesse mundo expressa nada
Nada é amor
Simplesmente, tudo pode ser
Aos professores alemães que ganham melhor
Do que o brasileiro
E as piscadelas ácidas que corroem a vida?
Dedico poema para as ondas do mar que não morreram
As palavras poderiam ser como o som da água
As palavram quando dançam.
O que é?
A música.
As falas concatenadas e articuladas.
O que é?
Aposto que disse peça de teatro
Porém não o são
São os monólogos de cada batida dos corações apaixonados
E eu poderia escrever sem metáforas
Dê um toque nos lábios úmidos de pudor
Outro dia mudei até os assuntos das poesias
Crônica poética.
Fracasso por si só
E a licença das mesmas não servem ao acaso
Dançaria em Júpiter.
Mesmo assim moraria em morte
Dormiria na Terra
Andaria descalça em pedras de fuligem
Que coisa há em poetas, poetisas ou até mesmo aspirantes?
A lua?
O sol?
Por que não os outros planetas?
Sou sua poetisa
Na alegria
Nos afins do tempo
Até sentada na ponta do iceberg
Encostada na porta dos seus olhos
Vejo sussurros
Assimilo seus soluços
Me enxugo na dor
Me embrulho de plumas
Deito nas pedras
Aliso meu punhado de cabelos pretos
A minha ironia afoga qualquer tipo de crítica
Ao ápice da água que ferve
Procuro arfante todos os sonhos
Os fragmentos deles me dão diários
Me dão música
Me dão melodia.
Só faço criticar.
Morte a minha língua.
Soa como música sua voz no telefone público
Queria apenas que eu fosse um livro aberto

As escovas de dente e as rosas matemáticas


E aquele presente com uma fórmula matemática enrolada numa rosa?
E aqueles beijos loucos na praça ? E as interrogações dos transeuntes?
E a dúvida? A dívida que tenho com o amor? E aquele torpor?
Gostaria de ser crítica.Falar de sociedade
Ser de uma exatidão ao menos sublime.
De escrever e sair pelo mundo?
Da covardia dos meus atos?
E as falácias mal pensadas?
E os amores que se resolvem?
Porém falo de feitos.
Falo de homem
Falo de escovas de dente
De beijos tão doces
De amores não .
Não posso falar de sabedoria
Não sei nada de filosofia
Covardia.
Existem pessoas exatas e sensíveis ao mesmo tempo?
Sim. Essa que vos escreve.
Sensibilidade pode surgir até de fórmulas matemáticas.
Do amor.
Da amizade que te ronda com vigor
Amo-te .