quarta-feira, 20 de junho de 2012

Garçom e seus equívocos.

Dou toques de violino nas poesias
As poesias não são a fidelidade do meu verdadeiro eu
As poesias sem inspiração são recicláveis
Do meu sangue jorram poças de insegurança
Da minha boca saem palavras desconexas
Tento lavar a sujeira dos meus pensamentos com sabão
É tudo tão estranho
Tão estranho quanto o motivo de escrever
O que fazer?
Se converso com as palavras como se fossem minhas mães?
Escrevo no muro da igreja o que gostaria de fazer
Tenho metas na vida que nem eu mesma sei
Sei que dos meus olhos não saem mais lágrimas
Elas foram destiladas em melodias
No meu coração não pulsa mais vida.
Pulsa apenas o músculo que me faz sobrevivente
Há uma nascente no meu calcanhar
Um roda gigante passou por cima dos meus pés
Estrago planos, namoros, chuto as pessoas que me rodeiam
Do meu microfone sai fumaça com cor de pele
Garçom, sirva-me uma rodada de mentiras.
Garçom, sirva-me uma rodada de pessoas amigas.
Garçom, por acaso eu pedi amigos?
Garçom, retire o pedido.
Traga uma rodada de sorrisos
E uma dupla de experiência.
Tudo isso no bar da Lapa.

Instinto menina

Alguns dias acordo e vejo velas acesas
Há dias acordo com uma sensação de vazio
Um sentimento de perda que não sei explicar.
Há alguns dias venho ouvindo o cd novo do Cranberries
Alguns dias venho refletindo minhas atitudes
Há tempos analiso o mundo e me perco em conclusões
Durante um sonho estava num estúdio gravando músicas
Que sequer sei compor
Apenas arrisco as letras
Gostaria de ter um rádio de pilha que conversasse comigo
Tenho o Horácio que me consola
Seu sorriso de passarinho
Seu cheirinho de ninho
Horácio compõe seus desvarios aos meu olhos
Aparece nos meus sonhos como meu amigo
Compomos juntos
Pena que ele não fala
Um ser tão indefeso
Um canarinho salsa
Danço com o meu amiguinho pássaro na gaiola
Fito seus olhinhos
Conversamos
E tudo parece tão sincero
Acordo ansiosa pra colocar maçã no arame
Ele comem canta, dança e quer uma namorada passarinha
Suas peninhas que servem de roupa à fragilidade
Ele se acostumou com meu vício de tristeza
Estou no clímax dos flashes
No ápice da História.
Estou timidamente feliz.
Vou correndo pela rua de perucas sem disfarce
E essa é a minha pior poesia.