quinta-feira, 22 de março de 2012

Aviso para os materialistas.

É possível?
Nadar num mar de lama?
Voar num barquinho de papel?
Se fingir de morto na neve?
Gritar no deserto?
Viajar com os dentes cheios de vidro?
Tente por segundos gritar com a garganta cheia de ácido.
Eu ainda tento tomar banho de chuva
Vamos comigo?
Me de sua mão
Passeie comigo no meu mundo
Vamos montar uma história de amor?
Ou um conto de terror?
Voe comigo pendurado num beija flor
Beije apenas o caixão de seu amado
Ele está morto , certo?
Saindo dos meus segundos na lama
Vejo o sol nascer estampado
As cores de morte
O que são palavras?
Letras e números se encontram?
Simbolismo ?
Tente gritar com a garganta cheia de gelo
Viva aplicando gotas de veneno nos olhos
Vou montar um abrigo de teias de aranha no meio da floresta
Absorva as minhas lágrimas
Chore pelos meus erros
Ria das minhas piadas
Seja o meu amor.
Clichê de frases prontas me deixam com nojo
Materialistas fétidos e simplórios aí vai um recado:
Chafurdem no mar da ignorância
Peguem seus lindos talões de cheque
Vivam num abismo de vida superficial
Pensem no negro veneno da bolsa de valores
Um lugar suicida
Um mundo dormente
Pensem o quão é magnífico viver de aparência
Comprem cigarros e dependam dos seus salários infelizes
Durmam num lençol egípcio
Mas imaginem estar deitados em camas de prego
Vivam o que o senso material lhes impõe
Tentem não apodrecer depois da morte
Tentem ficar cheirosos e por uma linda coroa de flores
No seu enterro
Tentem , tentem
Agora experimentem tacar cacos de vidro no ventilador.
Experimente correr morto de fome
Morto por dentro
Oco
Simplório
Nade com os tubarões
Beba sua sopa de canudo
Cuidado com as moscas.
Cuidado com a humanidade.
Veja a sua cara idiota nas estatísticas
Olhe o emprego mais rentável
E seja um eterno dependente de senso comum.

Lago de insonia

O vento dançando bate em minha janela
As gotas de água pingam da torneira
Meu coração bate tão forte
Até os vitrais das janelas parecem compreender meu choro
Música.
Os muros que envolvem minha casa
Tem as iniciais do meu nome apenas
Seria loucura?
As árvores do meu quintal balançam de acordo
Com meu coração
Os pássaros fazem ninhos tão exóticos
E eu vivo de migalhas
O terror aflora dentro de mim como gelo quente
Até que os sapos sumiram
As flores estão podres
Os monstros estão dormindo em baixo da minha cama
Batalhas são travadas diariamente nos meus pensamentos
Meu cabelo parece pegar fogo
Algo que resuma a mitologia
Queria até dançar com caveiras
A academia de vermes está aberta diariamente
Um raio de luz me acordou
Me deu um beijo
Estou sentada no clube dos desafetos
O tempo está derretendo
Os relógios estão contra mim
As pessoas mudam a todo instante
O açúcar acabou
Portanto, até as formigas vão embora
Quero algo sobrenatural
e Bem bem surreal
Estou rodeada de cadáveres que cantam
As pedras parecem coloridas
Eu não consigo pensar em algo que me preencha
Sou uma caverna de pinturas rupestres
As pessoas não mudam
Os séculos não mudam
Nada muda.
Só surgem robôs com a sobrecarga tecnologia que mata as pessoas
Deram um tiro na minha parede e ela está manchada de sangue
Cortaram as asas do anjo que me protegia
Cegaram o meu vigia
Eu queria chutar um cérebro
Roubar manequins numa loja e fazer meu mundo
Queria escrever poesia com sangue na parede
Mudar o rumo da minha vida
Por que?
Queria fazer pegas ao contrário na neve pra alguém decifrar
No meu dicionário existem 1000 porques
O ônibus que me levaria pra passear chafurdou na lama
Gostaria tanto de ouvir estórias que os mortos contariam
Quero as regras da vida.
Um copo d'água
E o resto eu resolvo.
Lago de insonia
Diria eu
Um momento
2 segundos
O fim da vida.

Baile de lucidez





Está sol lá fora.
Mas ele está tão enegrecido
Queria sair pra comprar tinta pra colorir meu mundo
Comprar rosas de plástico pra por no meu jardim destruído
Entrar num ônibus qualquer e trilhar uma viagem bonita
Me esquecer de tudo
Queria estar nos braços de quem amo
Invadir a felicidade dos mortais que me cercam
Voar num balão pra terra do amor
Onde eu seria feliz
Estar num bosque balançando
Mergulhando num lago feliz
Minhas rosas e dálias estão murchando
Meu coração fétido atrai corvos a todo instante
Estaria eu a beira da morte da lucidez?
Seria eu um simples mortal criada pra sofrer?
Onde estão os meus amigos?
Do passado?
Tantas canções que cantamos
Agora não passam de lembranças fúnebres
Ah!Maldito coração de cristal.
Maldito sentimento poluído
Meu rio de lágrimas está com lixo até a borda
Meu mundo fantasia tem virado as costas pra mim
Até tu?
Estou perturbada por pesadelos
Eu não gostei de tomar taças de lucidez
Quero apenas barris de loucura
Componha uma música em meu nome
Me procure
Me ame com todas as forças
Eu não queria sofrer tanto
Poderia eu fingir apenas por segundos a felicidade?
Dizem que ela está dentro de mim
Equivocados malditos!
Gostaria de comprar felicidade
De tecer amores perfeitos
De ter um lugar cheio de girassóis
De manuais pra cuidar de feridas abertas
O ácido da vida corrói tudo em mim
Apenas um desabafo não me deixa melhor
Sou a mais infeliz dos mortais.
Estou esperando meu príncipe
Ele me levará pro mundo bonito
Onde não haja dor e pranto
Estou procurando alguém que me ensine a ser simplesmente feliz!!!
Meu amor se esvaiu
Prometo colocar santos de pau oco na minha janela
Cheios de chocolate
E pimenta ácida.