quinta-feira, 22 de março de 2012

Lago de insonia

O vento dançando bate em minha janela
As gotas de água pingam da torneira
Meu coração bate tão forte
Até os vitrais das janelas parecem compreender meu choro
Música.
Os muros que envolvem minha casa
Tem as iniciais do meu nome apenas
Seria loucura?
As árvores do meu quintal balançam de acordo
Com meu coração
Os pássaros fazem ninhos tão exóticos
E eu vivo de migalhas
O terror aflora dentro de mim como gelo quente
Até que os sapos sumiram
As flores estão podres
Os monstros estão dormindo em baixo da minha cama
Batalhas são travadas diariamente nos meus pensamentos
Meu cabelo parece pegar fogo
Algo que resuma a mitologia
Queria até dançar com caveiras
A academia de vermes está aberta diariamente
Um raio de luz me acordou
Me deu um beijo
Estou sentada no clube dos desafetos
O tempo está derretendo
Os relógios estão contra mim
As pessoas mudam a todo instante
O açúcar acabou
Portanto, até as formigas vão embora
Quero algo sobrenatural
e Bem bem surreal
Estou rodeada de cadáveres que cantam
As pedras parecem coloridas
Eu não consigo pensar em algo que me preencha
Sou uma caverna de pinturas rupestres
As pessoas não mudam
Os séculos não mudam
Nada muda.
Só surgem robôs com a sobrecarga tecnologia que mata as pessoas
Deram um tiro na minha parede e ela está manchada de sangue
Cortaram as asas do anjo que me protegia
Cegaram o meu vigia
Eu queria chutar um cérebro
Roubar manequins numa loja e fazer meu mundo
Queria escrever poesia com sangue na parede
Mudar o rumo da minha vida
Por que?
Queria fazer pegas ao contrário na neve pra alguém decifrar
No meu dicionário existem 1000 porques
O ônibus que me levaria pra passear chafurdou na lama
Gostaria tanto de ouvir estórias que os mortos contariam
Quero as regras da vida.
Um copo d'água
E o resto eu resolvo.
Lago de insonia
Diria eu
Um momento
2 segundos
O fim da vida.

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