As toalhas não querem me secar
Os dicionários parecem me desprezar
O telefone com a voz não quer chamar
Você sofre tanto pra alcançar a felicidade
Que quando ela chega os dias continuam tristes
Não sei resolver mais coisas banais
Amamos desconfiados
E quando amam a gente
Fica por desconfiar
Tenho absoluta certeza de um lugar mascarado
Caçando em prateleiras algo que não seja um algoz
Passando amaciante nos olhos
Veja. Passei até sabão em pó no cabelo
É confuso as ondas que o meu coração mandam ao cérebro
Acho o caminho perco a volta
Não sei o que vai acontecer
Não vou sair da inércia
Mas me sinto amando um Quasimodo
Um invólucro?
Morrer de amor por um homem
Que a sociedade chama de escória
Por que o coração prega tanta peças na estética?
A estética prega peças no coração
Algo de suma profundidade não põe o pão na mesa
Por que quando somos crianças não amamos pela aparência?
Qual mulher que nunca buscou seu príncipe?
O amor não tem estética definida
Seja ele de mãe ou de qualquer coisa.
Apenas sei que sou a mais preconceituosa dos seres
Amar e não querer amar.
Me odiar por amar um homem
Amava um que não me ama
Odeio um que me ama.
Vida podre essa.
O vocabulário vai ficando pobre
À medida que largamos os livros
E vivemos de amor
A inspiração urge
A pessoa que me ama.
Tão doce, tão sublime
Por que sou tão cruel?
Por que só penso em estética?
Não sou a mortal mais bela
Os contos de fada me fizeram mal
Os escritórios também
Mostram os príncipes mais altos
A mulher com um cabelo enorme
Nem eu me encaixo nesse padrão
Por que julgo um ser?
Ou não.
Vou escrever minhas história de desavenças maior que uma trilogia
Vou andar pedindo que um raio quebre meu preconceito
O carinho que o sujeito me dá
A atenção
O sentimento de segurança
Por que eu o desprezo?
Por que a falta de senso amoroso?
Sabe aquela pessoa que você maltrata?
Aquela que você machuca com palavras?
Chama de qualquer palavra chula que possas imaginas?
Como um ser desses pode ser desprezado?
A desprezada deveria ser eu.
Ele deveria escrever poesias
Descrevendo a má forma como trato
O amor que sou privilegiada
Falto pouco jogar para os cães.
Sou eu a escória da sociedade.
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