quinta-feira, 5 de julho de 2012

Vertigem clichê

Meu namorado
Meu amigo
Meu pai
Meu irmão
Meus amigos
Todos
Felicidade sim
Amizade é presente
Paternidade também
E isso é clichê
O pão com manteiga é clichê
O arroz com feijão e ovo é clichê
E poesia perfeita é clichê
Sempre mordo a lua
Dou passos em direção ao mar
As metáforas que as ondas fazem com sensações
Meu namorado é a mais perfeita criação
Um esqueleto que quer se vestir de músculos
Um esqueleto nerd que quer ser matemático
A guerra que travo todos os dias
Limpando as lágrimas
A saudade que dói
Os clichês passam a doer
Não posso dar cartas nesse jogo
Sabe.
Ele mora do outro lado do Brasil
O futuro
O presente
Espera por dias melhores é tão desgastado
Decidi
Vou morder palavras
Brigar com a poesia
Brigar com a melodia
Virar o corpo pra coesão
Chutar a coerência dos meus dias
Esperar até o dia de abraçar meu pupilo
Beijá-lo com sofreguidão
Morder seus lábios
Afagar os cabelos
Meu monstrinho
Meu doce veneno
Minha dor boa
Ser sufocada pelo silêncio de um abraço
Pedir pra que o coração cale a boca
Pedir pra o clímax seja amigo de todos os nossos dias
Agradeço porque o terreno das lágrimas doridas
Secou
Eu queimei as fantasias de felicidade
Sou felicidade
Esqueço de escrever
Morro de amor sem perceber
Passo o dia com um sorriso teimoso
Isso é só a feliz vertigem clichê

Nenhum comentário:

Postar um comentário