terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Falando sozinha.

Basta uma ligação da família dele
Os zumbis dançam no meu sono
Os vampiros ameaçam sugar minha amarga vida
Tento me esconder dos problemas
O maldito fantasma do amor volta sempre a tona
Mergulhar no arco íris não me faz uma pessoa melhor
Nem muito menos algo ligado a religião
Sou um poço de tristeza sem fundo
Queria que o último grito da vida
Soasse no meu sono
Quero morrer, morrer ou então morrer e
voltar quando tudo estiver bem
Me enterrar na lama
Morar num cemitério pra me acostumar
Minha vida está regada de músicas fúnebres
Bater os bumbos e anunciar a depressão profunda
Não tenho mais lágrimas
Sou uma planta
Ou então um cacto
No momento a família me parece como fator inútil e perturbador
Quero não respirar
Quero não ter sangue
Queria ter veneno correndo as veias
Vou me entulhar em livros tristes
Romances maus
E tudo que me remeta a morte da alma
Por que perdi meu tempo amando ?
Por que mudei meus costumes?
No meu rosto não tem mais sorrisos
Até minhas lágrimas me abandonaram
Eram minha fonte de consolo
Vou passar o resto da vida me protegendo
Na minha redoma de vidro
Esperar que a tripulação de fantasmas que me cercam
Pelo menos me consolem
Ajudem pelo menos a algumas toneladas
Esmagarem a minha cabeça
É inútil tentar se afogar
Meu maldito corpo vai lutar sempre pra que a vida pulse
Rolar montanhas
Ser amarrada com aramas farpados
Quero engolir minhas promessas
Digerir
Realizar.
Cuspir na cara das meretrizes que duvidaram de mim
Queimar o caráter de muitos inúteis
Vou seguindo meu rumo
mesmo que me arrastando
Comer a carne estragada e amassada de vermes
Comer o doce prato da vingança
Mastigar a paciência de quem zombou
Morar num quarto de manicômio
Quebrar a beatice
Chutar a religião e abraçar a Deus
Jogar o fanatismo no ralo
Fazer por onde.
Quebrar meus espelho
Cuspir no meu próprio reflexo de imbecil
Viver como formigas
Sentar no meio das pessoas como uma estátua
Conviver com a gangorra de sentimentos
Conviver com o verme, abutre e seja lá o que for : SER HUMANO
Vou ser imperceptível como a torneira de um casa
Tão comum
Vou ser a pior das rachaduras
Querer dormir com defuntos
Um quarto negro com a dança de esqueletos

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