sábado, 31 de março de 2012

Desabafo de sábado.

Queria ser tradutora de sentimentos
Sonhar com um simples pular de corda
Ouvir estrondos assustadores na porta do quarto
Desvendar os mistérios da humanidade

Chorar,sorrir, amar e gritar
Ouvir melodias compostas por mim mesma
Sentar-me perto de uma lareira
Tomar chocolate fumegante no inverno

Apreciar as belezas do mundo como se não houvesse o amanhã
Ter amigos que não fossem tão superficiais
Me livrar do consumo exacerbado das pessoas
Sentir o gosto de amor, sangue e mistério

Um toque de sinceridade no mundo
Me faria feliz
Um toque de perdão e compaixão
Creio que não seja utopia

Tocar piano como se fosse um gesto fúnebre
Alegrar os meus olhos
Viajar nos braços de um homem
Me afogar nos beijos de um simples mortal

Não. Não sou imortal
Sou apenas mais vívida
Talvez eu tenha um toque angelical
Ou não.

Sensível tão sensível a ponto de quebrar-me em lágrimas
Qual é  o gosto do amor?
Qual a temperatura da paixão?
Nem no silêncio anjos me visitam

Um sopro sem ar
Lágrimas sem sal
Fogo sem chama
Pulsação sem coração

O que é ter amigos?
O que é uma festa de aniversário surpresa?
O que é gargalhar à tarde inteira?
Além de ser rejeitada pelo amor
Sou abandonada pela dor.

Não queria uma vida perfeita.
Só queria uma que não fosse a minha.
Desconheço a mim mesma
Sou um poço sem volta.
Um abismo sem dor

Devaneio contra devaneio
Amor contra amor
Torpor contra mim mesma
As sombras não tem sabor

O sol parece não me aquecer
Meus lábios começar a gemer de dor
Frio.
Lamento
Abismo.

Engolir o último sussurro de amor
Mastigar com força
Tudo aquilo que ainda me faz sofrer.


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