sexta-feira, 13 de abril de 2012

Como se fosse um diário







Foi com olhos marejados que eu liguei o telefone
Com uma estaca cravada no coração quando ouvi
Sua doce e tenra voz
Me alivia, me faz sussurrar com os pássaros.
Se esse amor é tão bom , por que não tenho?

É duro ouvir as suas respostas
Suas convicções não maleáveis
Eu só vivo de passados, de conversas alegres que tínhamos
Vivi das minhas mentiras
Chafurdei nelas, pago por elas e me arrasto nelas
As cortinas do meu palco parecem se fechar

O espetáculo foi harmônico
Ou não.
Meus dias tem sido impossíveis
Apenas o seu olhar me acalmava
Me dava razões para continuar com o show
Mas a máscara infelizmente caiu
A fantasia encolheu

Será que se eu fosse eu mesma
Você me amaria?
Não.
Não pretendo prolongar telefonemas
Nem sentimentos
Apenas viverei de lembranças.
Vou esquecer e preciso esquecer
Nossas bibliotecas não são as mesmas
Nossos gostos jamais foram pouco complexos
Não fechamos um quebra cabeça

Apenas nos repelíamos
E lutamos muito pra que isso não acontecesse
Não gostava quando era chamada de criança.
Tu és apenas um matuto
[...]
Vou criar muros em volta do meu coração
Recobrar memórias
Trilhar a vida da melhor forma
Ser autocrata da minha esperança
[...]
Estão aqui pensamentos
Algo que me inundava antes de dormir
Esdrúxulas, estrofes aí estão vocês
Nuvens em forma de balão
Eu quero viajar em vocês.
Tomar banho de sangue
Ter uma banheira de diários inúteis

Comer como uma rainha
Andar como caipira
E sonhar como mágica
Andar na estrada da vida
Relutar com a idade de um coração velho
Se for pra morrer

[...]
Que seja do teu lado.
Magnetismo flutuante o seu.
Ilusão simplória a minha

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