domingo, 27 de maio de 2012

Paradigma falível




Não me chame de sorte
Não diga que sou ouro ou prata
Chame de qualquer coisa
Que não seja elogio.
Sorrir de dor , já experimentou?
Palavra bonita não maquia
Argumento mesquinho
Quadro com moldura clichê não se torna melhor
Conversar com quem ama não vale a pena
Só vale o simples verso
O simplório poema
Escrever com vocabulário extra culto
Não deixa sua vida mais feliz
Ser inteligente ou pelo menos mentir
Talvez te deixe melhor
Ou te mande pro inferno como diria a religião
Sabe quando você sente raiva?
Já experimentou extravasar escrevendo?
Não manche seus livros
Que é pecado também
Quer ir a outro país?
Lembre-se de queimar as lembranças
Ou esconder na dispensa negra do seu coração
Já experimentou os sorrisos de plástico?
Esses que te pedem pra caminhar?
Já experimentou amar alguém e não ser correspondido?
Dá uma inspiração danada
Hoje dou a mão aos clichês e ao senso comum
Talvez não digo o português correto
Não farei alusão ao passado
Se porventura vou cozinhar meu dedo
Na panela de pressão da vida
Fui o paradigma hoje sou fada
Queria ser mera aprendiz de humor negro
Feche seu livro e as palavras vão dançar
Os conceitos da sua vida
Não são cegos
Apenas usam vendas
E te observam de soslaio
O fantasma do ego
Assombra a ignorância humana
Filosofar e ler algo útil
Não sei mais o que fazer
Apenas desabafar e dar conselhos malditos
Que melhoram a vida dos mortais incrédulos
Exceto a minha de mortal cega
Não vou costurar migalhas no meu âmago
Nem pintar mais nada
Apenas vou tentar ser feliz
E lembre-se não dissemine sua alegria com ninguém
Não vale nada.
Você é mortal
Vai morrer sangrando
De morte morrida ou matada
Os vermes hão de comer suas entranhas
O preconceito enterrei
As luzes da alma apaguei
O coração?Está batendo
O pulmão se expandindo
E vou me arrependendo de dizer "eu te amo"
Pra algum algoz que me cerceia
Dançando com a morte
Caminhando com a sorte
E estudando olhares
Assim vou caminhando eu
Escrevendo
E jogando algo ruim dentro do baú da sorte
Olhe no espelho
E veja como és humano pérfido
Pise em labaredas
E veja quão és fraco
Morra de amor apenas.

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