domingo, 24 de junho de 2012

Afins e acasos mortos

Risquei nomes da minha vida com a ponta de fósforo
Desenhei na areia com marcas de sangue estancado
As minhas mãos gélidas mesmo no verão
As lágrimas quentes mesmo no inverno
Tatuaste um sorriso em teu rosto
Plagiaste uma canção em meu nome
O pleonasmo da vida pode perseguir a qualquer um
Os trechos de música acendem as vielas dos mortais
Os sorrisos imaculados não existem
O chão de cera balança quando os transeuntes acordam
Gritos de paz acendem as janelas do meu trem
As palavras rimadas com dor assolam as crianças
Quem sabe o sol faça as pazes com a lua
E nasçam juntos
 Sofro uma constante dieta de palavras
Um turbilhão de pensamentos confusos
Esse é um mundo perfeito
Só que cheio de curvas
Beijo a parede que os poetas passaram a mão
Mordo estatísticas no meio da explosão
Quando fecho os olhos vejo meu coração
Quando deito no escuro eu gelo e vivo num mundo de ilusão
A festa dos esqueletos no meu canteiro de rosas
Me fascina
Os risos dos pássaros
As desilusões das borboletas
O arco íris do mundo
As entranhas do universo
Tudo confunde
O próprio mundo se confunde com tamanha imensidão
O mundo deveria ser de argila
A vida andar abraçada com os cacos de vidro
E eu?
Não deveria ser tão contraditória.

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