domingo, 24 de junho de 2012

Beliscão nos meus olhos.

Os passarinhos roubaram as páginas do meu livro
As traças não podem comer as minhas poesias
As bonecas não podem ser tão ocas
As introduções com o violão me dão tom de bucolismo
A presidente quer dinheiro

Arrancar os cabelos com alicate pode te fazer chorar
Creia nisso. Pode ser viciante.
Eu sairia voando na vassoura.
Se eu tivesse uma
Vestiria pano de chão
Se não fosse tão de baixo calão.

A hora do café bateu
É a única droga que alisa o meu cérebro
O beijo da morte
O sopro da morte
A metáfora dos sórdidos dias da humanidade

As redes sociais detestam políticos
As redes sociais criticam suas mazelas
Nem assim o maldito "crítico" tira o corpo da cadeira pra mudar algo
Hipocrisia manda saudação a todo instante

Já tentou largar a vida e escolher a morte?
Já tentou andar descalço no asfalto quente?
Já tentou fazer simpatia pra alguém?
Já morreu de dor?

Já tentou criticar a você mesmo?
Já tentou matar o filho do seu vizinho?
Não que eu já tenha feito
Jamais faria
O problema é a metáfora.

A humanidade não pode comprar cérebro
Pode ativar o uso
Pode vender tolice, mesmice, achismo
E tomar café
Chá com sabor de país agrícola.
Pão com sabor de urbanização

Os políticos adoram pizza
Eu como carne mesmo
E humana.
De preferência "cérebros"
Eu vivo mergulhando em achismos às vezes
Vou tomar conta dos meus achismos
Queimá-los

Menininha que veta as florestas
Os códigos
Hipócritas que se juntam pra fazer arruaça
Onde está o Brasil?

Onde está o Brasil?
Evento funesto que serve de passeio escolar
Um balde de amor pra ignorância.
Se os passarinhos forem embora
Não roubarão as páginas do  meu livro
Apenas não existirão
Vão aparecer nelas como lembrança.

A presidente jamais me chamou pra comer pizza
Os deputados não me pediram opinião
Vamos fazer poesia, música com sabor de pizza de queijo
Queijo me lembra vaca
E vaca me lembra país agrícola

Passeio pela rua
E vejo a urbanização como um véu contrastando com a cidade
Isso mesmo
Sem pé nem cabeça
Sou uma menina travessa.

A sociedade vive dos pleonasmos
Das hipérboles
E pisa na sinestesia
Pisa nos diferentes.
Qual é o problema?
Pare pra pensar você gosta de moda?

Pise na moda.
Chute os paradigmas.
Moda?
Você gosta de viver de uniforme?
Manual pra criticar a si mesmo
Preciso escrever um.
Dê um beliscão nos meus olhos
Diga-me: é sonho.

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