Com gotas de sorrisos ajudamos os mortais
Com um simples gesto os mortais morrem de amor
Com gotas de atenção os mortais ficam extasiados
Cantando na beirada da praça
Com o meu yorkshire sem pelos
Sem dentes
Vou fazendo coisas com ele aos meus pés
Sou a mais mortal dos mortais
A mais flácida
A mais perversa
E quem sabe a quem tem menos gotas de compaixão
Para doar.
Sabe aqueles sensacionalistas que querem ir à África?
Não. Não precisa ir tão longe
Tem mortais vizinhos seus que podem passar fome
Sua vizinha pode fumar tanto que vomita pedaços de pulmão e você não sabe
Sua mãe pode ter um fetiche sexual que fez você nascer
Seu pai pode passar a perna no chefe pra te alimentar
É clichê. Odeio clichês.
Mas palavras de sinceridade podem ajudar bastante
Sua avô pode assistir pornografia e você acha que ela está morrendo
Enfim, são clichês que não paramos pra pensar.
O meu cérebro é um lixo chamado clichê.
Podem conhecer mil mulheres tentando engravidar
Mas nenhuma delas se dispõe a ajudar os filhos da escória da sociedade
Não que eu chame de escória.
Mas a própria sociedade é um clichê
Sabe o que é moda?
É o fetiche da sociedade
Sabe o que ser imbecil?
Achar que ser crítico político vai mudar um país chamado Terra de pau brasil ainda.
Sabe o que é moda?
Passar o dia na frente do computador achando que abafa numa rede social
Tudo que pensamos
Tudo é raiz de esteriótipos absurdos
Que atire a primeira crítica quem nunca desceu pra baixo
Vamos, me deixem feliz com os pleonasmos do governo
Com políticos que fazem propagando mostrando que é maravilhoso
Ele querer fazer algo que é obrigação
O vocabulário vai ficando pobre de acordo com o do meu povo
Me perdoem os gringos
Mas o Brasil não tem mais lirismo
A fome ultrapassa os poetas
A fome de tudo
Até da comida que dizem os titãs
Isso mesmo.
Do pulmão.
O que faremos com a Amazônia?
Simples, plantemos sementes de pulmões.
Vivamos no trânsito de São Paulo
Nos afundamos em trabalho
Compramos um carro
Não damos carona aos pobres
Somos egocêntricos
Enquanto a sua vizinha
Aquela do começo da poesia vomita o pulmão
O brasileiro de castigo fica preso no trânsito
Seria um castigo de suma importância.
Que tal trabalhar ?
Não. Se eu disser que você é o espermatozoide vencedor
Vou estar mais podre do que os livros de autoajuda
Então
Um prato de clichê completo com arroz e feijão
Um tapa buraco com arroz e feijão
Só espero que os seres humanos sofram mutações o suficiente para se alimentar de combustível
E que a vaga de medicina não chame os desvalidos
Não vou falar pra você que educação dá futuro
Até dá.
Mas conte-me o que a ajuda de cada um faz.
Me pergunte se as pessoas querem sair da área do senso comum
Não. Meu texto não é coeso nem coerente.
Mas ele é um fragmento de asfalto que seu vereador não consertou
E o pedaço de poesia que é tão fria
Que não superou as suas expectativas.
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