sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mendigos esquizofrênicos

O fogo e o som se misturam
O luar cantou e a névoa virou pluma
Os sorrisos de borracha viraram fumaça
Os falsos eram apenas carapaça
Tudo era pra sempre
Todavia as canções mais criativas
Ainda não foram compostas
Tem um zumbi esquizofrênico
Na orla da praia
Tem pessoas ainda que teimam em fazer oferendas
Simples.
Os mendigos podem comê-las
Isso é, se na minha cidade eles fossem reais
Prometo que não vou mais amarrar com rapazes
Na casinha do cachorro
Prometo que a minha tristeza agora tirou férias
Tenho uma cascavel de estimação
E um cão de caça porte pequeno
Um vampiro pobre
Com sabor de sangue de esgoto
Sua mãe estendeu suas fraldas no varal
E você aí achando que tem um cérebro racional
Odeio tanto as rimas que elas saem sem eu pedir
Vou tentar redarguir suas canções em versos menos eloquentes
Tudo poderia ser diferente
Mas eu tenho a boca de borracha
Escreveram um testamento
Só que eu só tinha herdado um cemitério de cachorros
Isso e qualquer outro clichê é mera ficção.
Vou acordar e comprar pão
A originalidade pode até existir
Mas me pediram pra comprar manteiga
Só encontrei um dedo dentro do mercado
Vamos colocar o lirismo clássico dentro do baú
Eu só queria conversar com um cachorro
Voar
Sentar numa nuvem
Chamar qualquer um de piegas
Prometo confundir-te e colocar vírgulas na minha vida
Prometo colocar reticências nos meus olhares maculados
Prometo que não serei mais piegas.
E prometo que o vocabulário será esdrúxulo
De baixão calão
A não ser que
Eu morra com um fantasma esquizofrênico

Nenhum comentário:

Postar um comentário