domingo, 23 de junho de 2013

Aqui jaz um poeta

Naquele dia o amor brindou com a morte
O chão tinha pegadas de chuva
O ambiente era de areia e névoa
Os transeuntes pareciam mortos
O galho da árvore insistia em bater na minha janela
O vento soprava e levava embora as lágrimas

A bebida com um doce e vago veneno
Tomou as ruas, arrancou os tijolos do muro
Levou embora a esperança de quem ousava interceder meu caminho
Doses de amargura , um sentimento vazio e tão torpe
O vale de ossos secos
Era como se fosse o hades dos poetas

E como se a vida caminhasse na amargura sem ter fim
O fim com um buraco nas nuvens
Fecharam as estradas sem saber explicar motivos
O pranto se misturou com a solidão
Todos riram e até meu próprio coração
De uma tristeza aparentemente sem motivos
A poesia morreu dentro do coração
Se congelou no inverno e nadou em meio à lágrimas

Arrancaram a cerca da cerne humana
O amor foi embora da minha vida sem se quer
Deixar pegadas
Derrubou conquistas e nem se quer pediu licença pra sair
Esvaí-me em pranto
Enterrei as chaves da vida no tempo
Parei no tempo

O amor é infeliz em si mesmo
Amor pelo amor
Este é o lema
Fazer poesias nasceram na sociedade de poetas incompetentes
O círculo de poetas fantasmas parece rir de mim

O amor?Sabe-se lá quem inventou
Deve ter senso humor
O espectador de bons dias
Sentimentos dentro de clichês
Se existe as guerras não estaria aí
Assim,despeço-me do amor e da vida de poeta amoroso

Sabe-se lá um dia as pedras recitem esses versos sem rima e métrica
Sabe-se lá se as ondas toquem numa folha de papel amassado com poesias
Aqui jaz um poeta


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