sexta-feira, 28 de junho de 2013

Tortura lancinante

Rosas cálidas povoam a manhã que deveria estar sem flores
A saudade como espada a ser espetada num coração comprimido
Num coração que nem ao menos pele possui
Os espinhos da rosas não fizeram as pazes com a saudade
O amor parece explodir dentro de mim

Só preciso do seu sorriso pra viver
Dos teus abraços para ter direção
Das tuas palavras para pintar meu papel em branco de cada dia
Não preciso que falam mais de amor
Preciso senti-lo ,preciso estar envolta nos teus braços

Rosas com pétalas negras povoam meu lar no dia que ele partiu
Dos espinhos fiz um magnífico colar pra esquecer dores alheias
Meus lábios descarnados e comprimidos
Mãos doentes por ter a vida
Sobreviver em meio a vida dos alheios

Escapar da multidão e procurar uma camada de solidão
Procurar tristeza na felicidade
Procurar a canção do meu ser oposto
Desaprender a cada dia que as palavras são vazias em si mesmas
Pisar em cacos de vidro
Pra ter motivos de relembrar a saudade

Dançar em meio as trevas das lágrimas
Lembrar que possuo um grande amor
E mesmo assim não procuro acreditar

O vocabulário morrerá engasgado e junto
Às lágrimas podres que saem da minha alma
Quero cálices de bebidas amargas
Fogo ardendo dentro de todas as feridas
Pra que a tortura possa continuar
Lancinante em si própria
Torturando as almas dos humanos
Dos mortais
E peça licença e leve consigo meus pesadelos
Minhas lágrimas
E os meus sorrisos enganosos

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