quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Viagens de memórias

Eu amava a magia que ele fazia quando me olhava
O barulho que soava da bateria dele
Do brilho nos olhos a cada vez que me dizia oi
Dos poucos metros que eu andava do lado dele
Sem estar de mãos dadas
Era como pluma
Como magia
Amor tão inocente
Tão paciente
Doce amor e fogosa paixão
Eu não esqueci
Nem muito menos deixei de amar
Só me acostumei a não tê-lo
Ou melhor: nunca ter
Lábios apimentados e carnudos
Acho que deve ser sim ou não
Nunca os senti
Abraços? Foi só um
E de consolo por não me amar
Ando depressiva e deitada nas mágoas
Não reguei minha semente direito
Me precipitei
Declarei um amor que era só meu
Secreto
O sol virou as costas pra mim
Os sorrisos me desprezam
As amizades partiram
Agora apenas eu e minha xícara de café
Sem açúcar pra sentir o amargo
de não ter sido nunca amada
O cheiro dos meus dias me incomodam
Não durmo
Nem acordo
Entreguei a vida as traças do destino
Me escondo na caverna
O que me restou : apenas lembranças tristes
Olhos de caridade
Uma pessoa que eu achava que me amava
era só educada comigo e com todos
Percebi tarde demais
O universo é pequeno pra mim
A gravidade parece não existir
Não queria comer maçãs podres
Queria andar de roda gigante
Ter medo das coisas bobas
Pro amor voltar basta alimentar
Existe um pedaço de vela em mim ainda
Hoje a lua está tão má.
Meu arco-íris está listrado em preto e branco
Até os espelhos parecem me acusar
Queria construir uma ponte até o amor
Mas prefiro me afogar na ilusão
Ouvir o som triste das guitarras
sem a bateria
sem o amor
e sem a cor.
Onde estou o leão dorme junto com a zebra em harmonia
os urubus são vegetarianos no meu mundo
Vai entender
Estou indo
e dormindo no carro.

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